segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

No dia da minha morte

No dia da minha morte não vos quero ver de preto, não vos quero ouvir chorar, não quero cheirar as flores, não quero ver o trémulo queimar das velas, não quero que olhem para mim já sem vida.

Nesse dia os anjos do céu não se vão unir em cantos celestiais, nem os mafarricos do inferno vão esfregar as mãos de contentamento. Na morte não há pessoas especiais, não há outra circunstância em que sejamos mais iguais que esta. "Ashes to ashes, dust to dust".

Quero que me recordem, quero que passem algum tempo a falar de nós e dos momentos que vos marcaram. Quero a família, os amigos e ninguém mais. Não quero as conversas carregadas de lugares comuns. Quero que ignorem o meu corpo e que saibam que a essa altura já estarei a olhar para vocês do outro lado da fronteira.

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