segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Workaholic - parte I


Imagino-me um dia a entrar numa sala cheia de pessoas sentadas em circulo e a dizer: "Olá a todos, sou uma 'workaholic'! Sou absolutamente viciada em trabalho!" Claro que teria de terminar a frase com "...e gosto!". Isto acabava com qualquer sessão de grupo e com a esperança de redenção para qualquer moderador.

Não acho que a minha vida pessoal ou social seja fortemente afectada pelo meu comportamento quase compulsivo. Por outro lado, talvez a minha família e amigos já se tenham habituado às minhas rotinas e compreendam que todo o stress acaba por me fazer falta. Agora que escrevi isto, qual é o viciado que admite a profundidade do seu vício? Bem, adiante...

"O trabalho liberta" pode ainda hoje ler-se à entrada do campo de concentração de Auschwitz. Não posso esquecer o portão de ferro fundido que imortalizou estas palavras mas, retirando a expressão deste contexto, não poderia concordar mais. No fundo, é o nosso trabalho que paga a nossa vida, que nos permite sonhar, que nos permite termos mais ou menos luxos.

É o dinheiro que ganho que me põe comida na mesa, que me paga as contas, que me permite viajar (não tantas vezes como gostaria), que me faz ter um carro e uma casa que adoro, que leva os meus filhos ao colégio (quando os houver, claro!), que me paga os jantares com amigos, que me permite oferecer aquela prenda, que, no fundo, me permite viver para além do trabalho.

Podemos achar que nunca somos justamente recompensados pelo nosso trabalho, mas a mim chega-me chegar ao final do dia com o sentimento do missão cumprida.

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